No
dia 25 de novembro, o Conselho Universitário da UEPG reuniu-se para deliberar
sobre as cotas na Universidade. Em uma decisão surpreendente, o C.U. ignorou
todas as outras instâncias de discussão, inclusive a comissão de cotas, e
decidiu-se pela extinção total das cotas raciais e redução drástica das cotas
sociais para o próximo vestibular da UEPG.
Com
uma deliberação dessas, o C.U. demonstra total desprezo pelas diferenças e
desigualdades históricas que motivaram a instituição das cotas, em primeiro
lugar. Demonstra um apoio descarado a uma disputa que, ao objetivar certa
“igualdade de concorrência”, desconsidera a desigualdade do sistema e só possibilita
o aumento do abismo que ainda separa pessoas de classes diferentes.
O dia 20/11, o dia da Consciência Negra, foi comemorado na chácara do Cacique Pena Branca com apresentações de roda de samba e invocações de orixás e feijoada. Seu Amazonas, na foto, é o neto do primeiro professor negro da cidade e quilombola.
Foto: Luana Caroline (Lente Quente) - Confira mais fotos aqui
Além disso, a decisão isolada mostra
um atropelo absurdo e uma ofensa ridícula a quaisquer pretenções democráticas
que deveriam guiar uma universidade pública. É um disparate que um Conselho
selecionado dentro da instituição possa posicionar-se com tamanha
arbitrariedade.
O que se pode apreender de uma
decisão como essa é que a UEPG é facilmente controlada, de maneira arrogante,
preconceituosa e petulante, por uma pequena “elite intelectual”. É aterrador
imaginar os limites que ainda podem ser cruzados se esse posicionamento passar
impune.
Por isso, esse é o momento de deixarmos
de lado picuinhas, disputas internas, desentendimentos, ou seja lá o que for.
Essa batalha é maior do que isso. E não é de um Centro Acadêmico, de alguma
chapa do DCE ou de algum curso. Não é nem mesmo uma batalha apenas dos alunos. A
arbitrariedade do C.U. agridea Universidade como um todo. E como um todo,
professores, alunos e servidores, cabe a nós a responsabilidade de mostrar ao
Conselho Universitário e à reitoria, que se esconde atrás de uma máscara de
neutralidade, que somos mais fortes. Não importam as diferenças e
consequências, é nossa obrigação levantar a cabeça e dizer, A UNIVERSIDADE É
NOSSA!
Participe da Assembleia estudantil no sábado dia 30/11 às 14h na Praça do RU e do ato de repúdio na Reitoria no dia 04/12 10h em frente à reitoria.
Participe da Assembleia estudantil no sábado dia 30/11 às 14h na Praça do RU e do ato de repúdio na Reitoria no dia 04/12 10h em frente à reitoria.
Por Rubens Anater