João Paulo Emílio Cristóvão dos Santos Coelho Barreto (João do Rio) nasceu no Rio de Janeiro em agosto de 1881. Seu pai Alfredo Coelho Barreto, admirador do positivos, batizou seu filho na igreja positivista esperando que João Paulo seguisse os passos do filósofo e matemático Teixeira Soares. Sem interesse na igreja, ingressou na imprensa aos 16 anos e foi um dos primeiros notáveis brasileiros com senso de imprensa moderna. Mais tarde se tornaria jornalista, cronista, contista e teatrólogo. Em 23 de abril de 1921 veio a falecer com 40 anos, assim completando o centenário de sua morte nesse ano.
No jornalismo, foi um dos mais populares de sua época. Em suas produções costumava usar pseudônimos como Claude, Caran d’Ache, e o mais conhecido, João do Rio, sendo o motivo de ser conhecido nacionalmente pelo jornal Cidade do Rio. As suas crônicas foram baseadas em observações dos grupos sociais na cidade de Rio de Janeiro no início do século XX.
Disponível no site de Domínio Público de modo on-line e gratuito, o livro "As Religiões do Rio" mostra essas características. O agrupamento de reportagens feitas por Emílio entre janeiro e março de 1904, mostra a investigação de cultos e práticas das diversas religiões da capital carioca, como as características de sacrifícios satânicos e as religiões de matriz africana, que até então eram proibidos pela Constituinte da época. O jornalista literário mostrou a pluralidade de uma cidade para todo um país.
A "Correspondência de uma Estação de Cura" (1918) é um romance composto de cartas assinadas por fictícios personagens da vilegiatura, quase todos eles banhistas, como eram conhecidos os veranistas das águas. Em 2018, completou 100 anos do lançamento do livro. O romance comenta sobre como Poços de Caldas atraía a elite política e econômica do Brasil na época.
Também disponível no Domínio Público, "A Bela Madame Vargas" é uma peça em três atos escrita por João do Rio, em 1912. Nela, o autor tematiza os aspectos da vida social no Rio de Janeiro no início do século XX, caracterizando as influências francesas no Brasil. Nesse período, João do Rio integrou a Academia de Letras.
"O Momento Literário", de João do Rio, é de 1907. O livro foi organizado a partir de entrevistas realizadas com diversos autores da primeira década do século XX. Elas dão ao leitor a oportunidade de conhecer o cotidiano de escritores brasileiros que são lidos e adorados até os dias atuais. A obra está disponível gratuitamente pelo governo federal.